Ir ao cinema sozinho não é um hábito padrão às pessoas normais. Era o que Gabriela achava. Também achava que não se encaixava no grupo das pessoas normais. Mas era tão normal que às vezes gostava de sair sozinha e fugir da rotina de blá bla blá do dia-a-dia. Achava também um tédio aquelas pessoas com cara feliz só por estarem acompanhadas para assistir um filme. Achava uó marcar encontros amorosos num shopping. Se fosse o primeiro, pior ainda.
Naquele dia ela tinha acordado com aquela típica vontade de pessoas normais de passar o dia só, sair na rua com óculos escuros e não olhar para os lados para não encontrar ninguém conhecido. Ela tinha acordado com uma ressaca fenomenal, passou a noite num bar tomando uma cerveja que não lembra o nome.
Gabriela sempre foi prolixa. Exercia essa função desde os tempos de grêmio estudantil do seu colégio. Mas era reservada quando o assunto era relacionamento.Com meninos ou meninas. Apesar de tanta expressão tinha poucos amigos, considerava totalmente antagônico conhecidos e amigos. Considerava-se uma pessoa feliz, mas não acreditava na felicidade completa de todo o mundo ao mesmo tempo. Defendia com muita euforia "sua" tese de que as pessoas nascem boas e ficam más ao longo da vida, das pessoas e dos acontecimentos. Defendia o governo de seu país com muito entusiasmo (como se aquilo pudesse ser chamado de governo). Porém tinha uma coisa que a deixava totalmente introspectiva e irreconhecível: o ar de Gabriel.
Um comentário:
achei teu blog não lembro mais onde, mas gostei deste texto..
me identifiquei com ele (tempos atras eu era igualzinha, passeava pelas praças sozinha)...
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