Volto quatro anos depois porque preciso.
Volto pra ver se diminui a febre de sentir,
Precisei viver 28 anos e virar a cara para Pessoa muitas vezes para descobrir que ele escreveu o que eu sinto. Ele escreveu o que eu gostaria de ter escrito. Pessoa, lúcido da vida que não dá afagos, disse exatamente o que experimento.
Sobre a saudade das coisas que nunca aconteceram, essas são as que mais doem. É sobre uma das coisas que ele mais fala, do que li até agora.
Livro do desassossego. Desassossega sem clichê. Com clichê. Os sentimentos mais comuns são clichês. São ridículos. As frases mais ditas, são mais ditas porque são verdadeiras. E por isso é lugar comum.
É medíocre, no sentido literal da palavra.
Volto quatro anos depois porque preciso.
É medíocre voltar porque preciso. Nunca deveria ter te deixado aqui, tão sozinho nesses quatros anos.
2015.
2015. Um tapa na cara, a vida grita e me chama pra viver.
Aí, eu aprendi que a literatura, junto à psicologia, salva.
Então, debruço aqui novamente todo o peso de viver. (Como ela é dramática!)
E aqui venho buscar suporte na vida, que não dá trégua e desacomoda.
Frases prontas atrás de frases prontas. Por isso livro de auto-ajuda faz tanto sucesso. Mentira.
Achei em Pessoa e em Gutfreind o que precisava para estar aqui agora.
Volto quatro anos depois.
Queria escrever poesia. Seria menos pesado o sentir.
Queria escrever música.
Então, junto essas letras e surge isso aqui. E me confundo mais.
É o afã de querer entender o que acontece.
Vou organizando para me ver livre.
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