Depois daquele dia eu tive vontade de te escrever perguntando como tinha sido teu dia, teu trabalho, tuas fotos, o frio, o sol. Mas eu não podia.
E eu não podia porque tu não queria essa aproximação. Tu não queria afeto, não queria carinho, não queria "oi estou com saudades".
Te enviar uma mensagem cheia de putaria e más intenções também me dava medo. Doía a alma pensar que não podia te escrever. O que tu ia pensar de mim.... "pronto, lá vem ela querendo saber como eu estou".
Saber como tu estás, né? Que mundo é esse de interesses sinceros, de afetos que se preocupam com o teu dia, que gostariam de saber com foi a estrada, o rolê, as tuas trocas.
Eu não podia.
Como vou te convidar pra jantar aqui em casa e sentar na mesa com mais uma pessoa. E se tu pensar que eu quero casamento, véu e buquê?
Eu nunca falei em casamento, tu sim.
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"O que começou como uma brincadeira foi crescendo, foi a onda que se ergueu no mar e eu me afoguei um pouco, fiquei bêbada, tomei um tremendo porre de ti. eu queria mais – não mais encontros, não mais intensidade, não mais compromisso – mas eu queria que tu estivesse no mesmo nível de afogamento, de euforia, de necessidade, de felicidade, de não conseguir ficar muito tempo longe. náufrago, meio perdido, meio burro, meio contente e totalmente apaixonado. "
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Depois daquele dia eu tive vontade de te escrever. Mas pra que?
Tu tinha me perguntando como eu estava? O que eu estava fazendo? Como estavam os meus projetos de desenho? Pra que eu precisava de um papel transfer?
Não.
Não existia interesse do lado de lá.
Gente que fala demais, de si, de seus projetos, suas coisas, suas viagens, suas férias, seus planos, suas plantas, suas roupas, seu umbigo.
E que não sabe o dia do meu aniversário...
Depois a gente vai embora e ainda perguntam porquê.
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