terça-feira, 13 de janeiro de 2009

À Clarice (ou Pedro Ernesto)

É estranho compreender o quanto a vida passa e o quanto a gente aprende em tão pouco tempo. Foi isso que me trouxe até aqui de volta. Sempre foi aqui o lugar onde eu encontrava uma saída momentânea da vida, quando não tinha nada a fazer senão escrever.
O tempo que passou desde o último post não é tão grande, mas as coisas que aconteceram são imensas, imensuráveis. E as coisas que têm acontecido estão fazendo eu virar gente grande. É como se eu tivesse comprado aquele livro de auto-ajuda “Como virar gente grande em 5 meses”. A diferença é que agora ele pode ser escrito por mim mesma.
Eu quero achar a resposta para aquela pergunta: “Por que?” O porquê que as coisas acontecem do jeito que acontecem. Eu quero chegar àquela etapa da vida em que a gente começa a encontrar as respostas pras coisas do passado. Dizem que os fins justificam os meios, e é bem isso que eu quero que aconteça comigo. Pode até ser quando eu estiver lá na fila para falar com São Pedro, mas quero todas as minhas respostas.
Ontem, conversando com uma pessoa que ouviu o que eu tinha a contar, eu ouvi umas frases, que até então não tinham significado na minha vida e que me fizeram pensar. “O sexo é a semente, o amor é a flor e o poder de gratidão e de perdão é o aroma”. Seguindo o que eu ouço o Amarante cantar agora, “deixa evaporar...”.Saber deixar evaporar, saber deixar o orgulho e a dor de lado e saber perdoar. Nesse momento posso dizer que essa é a maior das virtudes, é a coisa mais humana que alguém pode fazer. E é tendo essa convicção agora, que eu digo pra mim mesma que eu tenho que ter essa virtude em mim, e o quanto antes, mas ainda não aprendi a perdoar. Na verdade o que eu preciso fazer não é aprender a perdoar, é saber deixar algum sentimento de lado (que eu ainda não sei o nome) pra voltar a viver com a sensação de felicidade que existia em mim até alguns dias atrás.
A reação que eu tive na situação que ocorreu me faz entender agora aquilo que todo mundo diz, que mãe é mãe, que mãe entende, que mãe perdoa, que mãe faz tudo por um filho. É incrível a força que vem não sei da onde, e que te da coragem pra seguir em frente sem perder a cabeça, que te faz pensar primeiro nele, no bem dele, por mais que tu tenhas que sofrer. Pra mim a chegada do meu filho na minha vida significa isso, aprender a compreender mais as pessoas e não pensar só em mim, saber que todo mundo erra e que todo mundo tem direito a ouvir um “sim, eu te desculpo”, por mais que isso que doa.Em outros tempos eu teria saído enlouquecida daquele lugar, xingando Deus e todo o mundo, mas me reservei apenas em chorar. Mesmo sabendo que isso não estava sendo legal pro meu bebê. E eu sei que ele sabe que é só pela chegada dele que eu estou aqui e que continuarei segurando as pontas.