domingo, 29 de julho de 2007

Hora de colocar os pingos no is

Aquela velha sensação de sentir saudade de algo e alguém que nunca cruzou meu caminho volta com toda a intensidade.
Como fas?
Mesmo depois de horas terem passado, carros terem passados, aviões terem cruzado o oceano atlântico ela ainda me acompanha. Me sinto como Ela, com a saudade de mãos dadas a todo o lugar que eu vou.
Fazer as coisas tentando espelhar-se em alguém não é ruim, é?
Pois se achas, não deves. O mundo está tão lotado de gente que não deveria ser uó ter alguém a quem seguir. Seus modos, seus gostos, sua superficialidade exasperante. Sim. Todos têm uma superficialidade dentro de si. Sem isso não haveria pontos contra os outros. Não diga que não há um pedaço de futilidade dentro do senhor, ela existe lá no fundo.
Colocar os pingos nos is. Surgiu assim, do nada sem preocupações. O fato é que não acho os is para colocar seus respectivos pingos e isso é de uma dificuldade tão grande dentro de mim que chego a desistir de fazê-lo. Antes de querer achar essa respostas, deveria ter mais ânimo para fazer as coisas. Bom, meus dias são tããão, hããã.... simplórios (piada interna), que o que me sobra é o domingo. Daí ele chega todo charmoso, ensolarado, com -2°C, chamando para ir até a cozinha pegar uma laranja e ir para o sol. E o que eu faço? O deixo lá na rua e fico aqui dentro. O tal do ânimo chegou, no entanto foi embora logo depois das 11h. E não voltou.
O sol continuava lá fora e o que eu fiz aqui dentro? Tentei ter ânimo para estudar, tentei fugir da internet, procurei meus amigos por todas as partes e não os achei. Assim não há ânimo que resista.
Daí quem apareceu foi a lua, igual a um queijo, maior que o sol e tão charmosa quanto. E como fas?E o que se fas?
Tentando colocar as coisas no lugar eu lembrei de pessoas que estão longe, mas não só longe na distância. Sabe quando tu sente que estão se distanciando? E que parece que cada vez mais fica difícil de voltar atrás. Voltar para trás. Sentir que ainda não coloquei o pingo naquele i me faz sentir desolada. Parece que o que faltou não foi só ânimo, faltou coragem, faltou determinação. Daí aquela menina que havia ido embora volta, e fica por alguns momentos aqui junto a mim. E traz a saudade junto.
É tão doloroso quanto lembrar que amanhã meu dia começa as 6h30.
Espero que amanhã o sol apareça tão quentinho quanto hoje. E espero que a menina tenha subido naquele ônibus e que não apareça tão cedo pela Cidade Freezer.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Senhor vai e volta - Parte II

Assim que Ela entrou ele ligeiramente virou-se de costas e recolocou seu chapéu de penas coloridas que ele sempre tirava para entrar em lugares fechados.Costume de uma civilização que já não existia mais. Ela já não tinha aquele ar sonhador que possuía há décadas atrás e que encantou o senhor vai e volta no primeiro instante. Agora Ela tinha uma frigidez que se percebia de longe.
As duas entraram, sentaram-se na mesa mais longe de todos e olharam à sua volta. Nada de perceptível lhe chamou a atenção, mas Ela sentia que algo acontecia alí por perto.
Aquela porta era tão barulhenta e frágil que o senhor vai e volta ficou com medo de sair e se fazer notar. Ficou alí, parado, de costas para sua memória, esperando o próximo segundo, esperando uma mão no ombro que lhe dissesse olá!
De repente um barulho ensurdecedor tomou conta de tudo. Naquele momento qualquer barulho era ensurdecedor. Um copo que foi ao chão, que caiu da mão Dela quando olhou para o balcão. Ela conhecia aquele chapéu tão bem quanto sua alma, que havia perdido há décadas também. Ela hesitou qualquer reação, baixou sua cabeça e vidrou os olhos numa divisão do azulejo velho e sujo do chão. Faltava coragem para levantar a cabeça e olhar de novo para ter certeza de que o que Ela via não era ilusão. Ficou nessa posição por alguns minutos até ver uma sombra passar ao lado dela e bater aquela velha porta.
Quando o senhor vai e volta sentiu a brisa da rua sentiu também aquela velha vontade. Aquela vontade que, até então, ele achou que nunca mais sentiria.

sábado, 21 de julho de 2007

Senhor vai e volta - Parte I

Seu nome ninguém sabia, mas todos o conheciam como "o senhor que vai e volta". Ele tinha uma alma tão pura e inocente que qualquer anjinho transuente tinha inveja dele. Era aquela mesma coisa todas as manhãs: acordar, falar com os pássaros que por ali passavam, sair para rua com seu notável chapéu de penas coloridas e ir ao mesmo lugar. Velho lugar.
As penas coloridas no chapéu eram resultados de uma juventude que tinha toda a alegria guardada no armário, e quando queria usá-la, era só abrir e escolher a alegria que combinasse com a ocasião. Naquele tempo aviões não explodiam, não havia aviões. As ruas eram bem mais verdes e os pássaros falavam bem mais com senhor vai e volta.
Depois de tantos anos que passaram, aquele senhor ainda sentia o cheiro de um tempo que nunca mais havia de voltar, ele estava impregnado em cada lugar que o senhor vai e volta passava e ele nunca desaparecia.
Aquele velhor lugar, onde será?? Perguntavam-se os meninos bonitos e modernos que por alí pasavam todas as manhãs também. O lugar que o senhor vai e volta freqüentava ficava tão longe quanto as lembranças que só ele sabia que existiam lá no fundo daquele mesmo lugar. Com seu vistoso chapéu lá ia ele com toda sua vontade reprimida que só ele sabia onde guardava. Ele sempre dizia que essas vontades assim devem ficar guardadas. E devem ser lembradas muito raramente. O senhor vai e volta tinha medo de expor o que ele mesmo tinha inventado.
Acompanhado das penas coloridas ele chegava com toda a simplicidade que aprendera a ter no exílio, sentava e pedia a mesma coisa, ao menos que o tempo bom não aparecesse, daí então ele se esquentava de outra maneira. Alí ele sentia-se muito bem, obrigado. Pois só as pessoas que alí freqüentavam podiam sentir o que ele também sentia. A esquisitices que se ouviam nesse lugar eram resultados de vidas vividas da maneira mais intensa possível. Alí quem não sentia as dores e as vontades reprimidas não entrava.
Só que, mal sabia o senhor vai e volta, aquele dia seria atípico. Ele começou a perceber essa diferença quando Ela entrou por aquela minúscula porta. Ela e a saudade, de mãos dadas.



terça-feira, 17 de julho de 2007

As melhores coisas na vida são as que mais doem.

domingo, 15 de julho de 2007

O conto que eu descobri

"Eu, de olhos fechados, ainda soprava com inocência as velinhas do meu bolo de aniversário.
Mal sabia que, enquanto estava distraída com novos pedidos, ela aproveitava tal oportunidade para ir embora para sempre."
Letras de Renata Belmonte. Contista que descobri há poucos segundos e me apaixonei há poucos centésimos. Esse trecho é do conto chamado "Capítulo um: o último vestido da Senhorita B". Esse trecho me lembra o mais importante fato da minha vida, acontecido a quase um ano.
Renata Belomonte tem 23 anos, bahiana, loira, ganhou seu primeiro prêmio de literatura aos 21 e escreve letras que encantam à primeira vista. Descobri sua existência assistindo à programas culturais, que, às vezes, se fazem necessários para fugir da futilidade exasperadora que toma conta da televisão atualmente e há bons anos.
Acho tão necessário descobrir coisas (boas) novas, quanto escovar os dentes ao acordar. A descoberta faz sentir que ainda existe algo pulsando lá dentro, mesmo que seja muito distante da relaidade. A realidade tem se feito distante mesmo, ou então, tão próxima que não a enxergo.
Lendo Machado de Assís ou Gabriel García Marquez podemos pensar que nada mais há de bom para ser lido e escrito no mundo. Mas o analisando e lendo letras novas, vemos que tudo está muito longe do fim.
A água não rolou ainda.

sábado, 14 de julho de 2007

O Ponto no ponto

Só com o tempo passando as pessoas melhoram mesmo.
"O seu caso é o tempo passar"...
Que isso fique visível e bem claro aos caros leitores.
Mais uma sexta MEUDEUS o tempo passa muito rápido. Há uma semana eu estava escrevendo a mesma coisa, e há uma semana a semana passou voando. Hoje o dia foi beeem aprazível. Pessoas gentis, colegas bacanas, trabalhos e provas. Não!! O dia não foi tãããão aprazível assim.
Ah.. foi sim.. sim..
Tenho pensado muito em escrever algo do tipo, um ponto final. Algo que diga que aquilo que vem em frente é um ponto final. Que deixe claro que atitudes más deixam as pessoas sem inspiração e sem amor próprio, que diga que nada gira ao redor de ninguém, porque tudo gira ao redor de todo mundo, não só ao teu redor. Um ponto que deixasse bem claro o quão bom foi e o quão bom seria se continuasse. Que mostrasse o tamanho da capacidade do ser envolvido de estragar tudo e que não deixasse rastro, para todo o sempre. Nem rastro, nem cheiro, nem lenço, nem documento, nem lembrança, que fosse um ponto final literal.
FIM.
Que saudade dos AMIGOS que estão longe longe. Milhas e milhas de distância, e é tudo tão incompatível que parece que nunca mais nos encontraremos novamente. A saudade tem voz. Ela grita.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Prolixa

i know i know i know, i'm still your love..

Eu gosto do myspace.Ele tem me salvado do orkut, eu tenho conhecido muita coisa através dele. A internet é 63% lixo, o resto pode-se usar com certa comodidade e descanso. O bom do myspace é que tu ouve, ouve, ouve e quando tu cansa tu vai lá e cata outro som bom e ouve, ouve e ouve e quando tu cansa...
Ele tem sido meu companheiro de noites sem sono, ele me salva do bonde do tigrão.Ainda existe?
(...)
Hoje é sexta-feira, a semana passou e eu nem a vi. Pra onde foi? Muitas coisas aconteceram e eu não lembro. A única coisa que sei é que tem gente que não se enxerga né cher?? Isso me deixa muito revoltada com a vida, aquela revolta que dá vontade de dessistir de tudo, saca??
As pessoas têm o dom de me avacalhar, não é possível. Eu ainda estou tão pooouta com essa história, que não consigo pensar em outra coisa.Ó... Quem me entende? Como faz pra entender? Sabe aquela coisa de sentir tudo ao mesmo tempo e não saber nem mais o que falar? É isso, dái quando tu fala tudo que sente fica com medo de perder o que tu tem. Eu tenho? Nem sei mais.
Está certo.Chega disso.
Vou me fazer de prolixa agora.
(...)
Estou tentando entrar num mundo novo, na verdade já entrei nesse arquétipo mundo novo.Com um baita medo de fazer a coisa errada e fooder com tudo. Contudo, eu já sou bem grandinha e tenho certo senso crítico para algumas coisas, tipo as que eu já tenho a opinião formada. Porque eu não sou uma metamorfose ambulante e acho que ficar mudando de opinião é um passo para a falta de personalidade.
Personalidade. É o que falta em certas tribos.
O ministério da saúde adverte:
a falta de personalidade causa danos irrevogáveis à mente e ao corpo.
Por isso, cuidado meu bem.
Porque que esse mundo novo é arquétipo?
Por que hoje o que as pessoas mais sensatas fazem, e com certa razão, é escrever o que pensam, e como quem faz isso é a maioria, isso se torna arquétipo, mas também não quer dizer que seja ruim.
Pra mim é um tipo de manifestação de arte e qualquer manifesto de arte está valendo. Se todas as coisas que constituem o inconsciente coletivo do povo viesse à tona, a humanidade seria uma nóia só. Em contra partida as coisas funcionariam muito mais, nossa.... seria muito mais alucinante e melhor.
Pra mim é indispensável falar o que se pensa e ouvir o que se é pensado. A troca de informação move o mundo e colocar letras ao lado de letras é só uma forma de expressão, rápida, fácil e absolutamente essencial.
Por isso, escreve, fala, grava, ouve.
Prolixa.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Manifesto Desabafo

De volta.
Tão rápido quanto surpreendente. Daí quanto tu acha que tudo está em sintonia, vem alguma coisa e muda tudo de lugar.Bagunça tudo.Atitudes que te exasperam, pessoas que te decepcinoanam, conversas fiadas que te deixam muito emputecida.

Manifesto desabafo:
Estava tudo encaminhado para dar certo, tudo milimetricamente planejado, daí vem um imbecil (do latim imbecille) estraga todos os teus planos e te faz desacreditar em tudo que foi dito com tanta boa vontade e,aparentemente, carinho.Agora me ,diz uma coisa:
-Porque a minha metafísica me diz pra acreditar nas pessoas antes de tudo?
Eu parto do princípio de que tudo que é dito é verdadeiro e sincero, até que me provem o contrário.Mas estou vendo que essa minha posição de "politicamentecorretasempre", está me custando alguns fios de cabelo. Eu sempre achei que tudo que me era dito era tão verdadeiro quanto a inocência daquela criança que pergunta da onde vem os bebês. E achava que sempre seria assim. Mas descobri que eu sou mais inocente que essa criança.
Ora! Como posso eu, ser(pessoa) de certa cultura e informação, achar que todos seriam sempre amigáveis e gentis comigo? Quanta tolice pensar desse jeito.
-Não é tolice! É simplesmente a tua forma de pensar, e mesmo parecendo meio superficial, está totalmente certa. Se todos fossem assim...
-Superficial é ter oportunidades que só surgem umas 3 vezes por ano e jogar tudo fora por muito trabalho.
Achei que essa história não fosse mais me dar tantas incomodações, mas estou vendo que tem muita coisa por vir... E que isso não é pra mim.
É isso que estraga as pessoas. Acreditar em tudo. Se eu fosse cética talvez as coisas seriam diferentes e melhores.Ou não.
Só sei que isso serviu, mais uma vez, de lição.Pra eu deixar de ser idiota e aprender a não insistir no mesmo erro mais de 2 vezes.Porque duas vezes até vai, mas 50 vezes não é tolerável pra mim agora.
Chega de cretinices pro meu lado.
(...)
Vem aí um ZINE que vai sacudir meu chão.
Boa noite e bejín pra duas pessoas que eu tenho certeza que nunca me farão passar por tamanha decepção.