quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ever

Estava pintando a unha e ouvindo Dead Fish. Muito under.
Depois que virei Mãe! é meio estranho fazer esse tipo de coisa, parece que tenho a obrigação de estar sempre em volta da Clarice, fazer as coisas só para ela. A vida antes dela parece artificial, parece que era um ensaio, um brincar de viver. Não era dona da minha situação. Era tudo faz de conta. Daí quando me pego fazendo esse tipo de coisa, pintar as unhas, com os pés pra cima, cantarolando, me sinto meio culpada.
A primeira vez que saí de casa sem a Clari, foi tipo "peraí, esqueci alguma coisa...." Esse desapego é complicadíssimo, é como se a Clarice fosse parte física de mim, sabe? É muito, mas muito mais que amor a palavra para descrever o sentimento. Eu já tentei um bocado de vezes achar uma palavra que descreva o que há entre mim e ela. Amor é apelido.
Agora eu sou dona de 2 situações. Ever.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

É azeda

O que dizer quando ninguém entende a gente? Papo de gente não-careta com problemas 'adolenscênticos', que a gente carrega pro resto da vida. Somos sozinhos no mundo, cara. Só a gente se entende mesmo. E não adianta nem aqueles diálogos eternos.
O grande problema é que o mundo inteiro quer a compreenção do mundo inteiro. Meus motivos não são os mesmos que os teus, nem meus anseios, nem a minha mais profunda e escondida verdade. A verdade não existe, porque a minha é diferente da tua.
E aí depois disso tudo, como juntar os trapos? Como conseguem viver eternos 50 anos juntos se há enormes diferenças? E como engolir aquele sapo do tamanho do céu, dizer 'sim, te perdoo meu amor' e virar pro lado e dormir sereno?
Cara, a vida é uma grande mentira em que a gente mesmo mergulha e fica lá se enganando. Eu acredito que ninguém, NiNGUÉM, nesse mundo fala 50% do que pensa, a gente fica lá devaneando, mas na hora de colocar pra fora, metade a gente engole de volta e finge que não pensou naquilo. É fato. Vejo por mim e pela leitura que faço de algumas pessoas que transparecem o que são pelos olhos.
Não é falsidade, inverdade eu fingimento, é simplesmente fato! É a vida, é azeda. Mas a gente engole.