sexta-feira, 29 de junho de 2007

Casa

Voltando pra casa amanhã. E voltando pra Bagé domingo.Vou perder mais tempo na estrada do que curtindo meu travesseiro, mas o que vale é ir e ver as pessoas que quero, pelo menos por algumas horas.
Morar longe no início pra mim parecia algo impossível. Foi meio surreal até eu entender que a vida tinha mudado e que aquilo que eu achava que era meu não era mais e o que eu achava ser dos outros, era meu agora. Quando eu entendi isso as coisas mudaram e melhoraram. As voltas que a vida deu me surpreenderam muito no começo.Ver que as coisas acontecem na tua volta, não só na volta dos outros é, de fato, interessante, porque às vezes temos a impressão de que só a vida das outras pessoas muda e a tua continua "a mesma vidinha de sempre".Só que quando as coisas resolvem acontecer, elas acontecem abruptamente.E o que nos resta é encarar tudo que vir.
A sensação de que o tempo anda cada vez mais rápido aumenta a cada dia que passa. Há um ano eu estava em outra dimensão, outras idéias.Agora já estou indo para o terceiro semestre da faculdade e isso tudo aconteceu, parece, num único segundo.E é bom ver isso tudo acontecer, porque dói.
Não vou explicar aqui. Mas dói.

Que saudade das pessoas.
Que bom vê-las bem. Bem felizes.
Eu amo.

domingo, 24 de junho de 2007

Eu não presto atenção nas coisas

Eu preciso pegar Kafka na biblioteca e esqueço. Eu tenho que fazer 10 desenhos pra quarta e não consigo começá-los. Eu faço as coisas e esqueço. Esqueço até de começar a fazê-las. Eu esqueço que eu estou longe de casa, eu me atrevo a ficar dias sem lembrar das pinta. Eu não presto atenção nas coisas que eles dizem, porque eu esqueço. Lendo letras alheias eu vi o quão bonito é falar o que a gente sente.
Ontem foi sábado e teve essas festas das meninas com roupas da moda. Eu não fui. Não comi e dormi cedo. Só bebi. Água.
Nossa, passar fome é muito estranho, chega a ser diferente.
Daí na televisão estava dando uma entrevista com a Dercy Gonçalves. Um caco de pessoa, mas muito filosófica pra sua idade. Só que eu acho que não quero chegar aos 100 anos. Ela já deve ter visto e feito de tudo na vida, e o mais engraçado: ela disse que nunca amou ninguém na vida inteira dela.
Pô! Ouvir uma pessoa que viveu 100 anos dizer isso é muito decepcionante. Como pode? Ver passar milhões de pessoas, de dias ao teu redor e chegar ao fim e dizer que nada valeu a pena? Foi assim mesmo que ela disse.
Às vezes tento me fazer de forte, aquele tipinho "não tenho medo de nada", mas não dá! Quem tem 53 anos olha pra minha cara e fala "ah.. tu só tem 19, tem muito pra viver e aprender ainda", só que 19 anos se passaram e o que eu conquistei? o que que eu fiz? As minhas certezas não correspondem ao meu tamanho e a minha idade. Eu deveria ser mais e fazer mais, essa é uma certeza. E fazer tudo isso sem prestar atenção nas coisas é foda!
Acho que se eu fosse uma menina certinha, se usasse bota por cima das calças, eu seria menos pior. Poxa, as pessoas me olham com cara estranha, me tiram pra estranha. Uma pessoa estranha não pode se dar bem no mundo. E uma pessoa estranha que esquece das coisas então??
E se eu não encontrar o que eu procuro? Acho que se eu fosse hippie as coisas também seriam melhor, nada de brigas, incomodações.
Não!!!
Não vem com esse papo de que temos que ser o que somos e encarar a vida como ela é porque é assim que tem que ser e tal, porque não rola. Eu quero me dar bem sim.Do meu jeito, mas quero.Mesmo não prestando atenção nas coisas.
Eu queria ir pra bem longe agora, mas não pra fugir dos problemas e das pessoas. Só pra ir e ver coisas diferentes. Mas hoje a única coisa diferente que verei são os meus desenhos, diferentes e bizarros..

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Isso é muito pitoresco

Sentir o que eu sinto agora é, no mínimo, engraçado.
E fazer o que eu fiz sábado... foi muito engraçado. A festa, a música, nada ajudava, as pessoas com suas roupas da moda, meninas com botas por cima das calças blé!!!
Até que algo mudou aqui dentro, lá dentro da tal festa...
As pessoas sempre mudam pessoas. Elas mudam sempre.Ainda bem que mudam.
Mudou pra melhor e foi relativamente bom. Não vou explicar aqui a relatividade dessa mudança na minha vida, porque não cabe.
É aí que fica engraçado ver tudo acontecer sem saber o porquê e nem saber onde tudo isso vai dar.
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A semana foi de caos total. Doente, indo pra tal da faculdade por causa de míseras provas e me matando de vomitar tudo que eu tinha dentro de mim e mais um pouco. Um saco tudo na minha volta, aquela gente que não conhece Chico e não sabe o que é o bom da vida. E aquela gente que conhece Chico, sabe que é bom e, ainda assim, diz em alto e bom tom que a futilidade é uma característica sua e que isso não muda, que já virou doença crônica e que não tem volta.
E o mais engraçado? Eu adorei ouvir tudo isso, pois uma coisa é ver gente fútil, mas que não assume sua futilidade. Outra coisa é ver gente fútil, explicando porque é fútil, falando que gosta de ser assim, e que não se incomoda de ser visto dessa forma. Toda essa explicação já faz da pessoa uns 0,05% menos fútil. Tudo isso me fez ver as coisas de outro modo. Outro mundo. Outras pessoas.
Gente que assume o que é sem a mínima vergonha, que diz o que pensa e está pouco se fodendo pro mundo alheio. Isso me encantou.
Quiçá o mundo mude, a percepção das pessoas mude.
"Quiçá eu possa tê-lo só pra mim".

sábado, 16 de junho de 2007

Escada

Hoje quando caí da escada eu tive uma sensação de medo. Daquelas que te faz até rever teus conceitos. Podia ser um castigo vindo dos céus pela minha bonita nota na prova. Ou por algumas atitudes que estão me deixando melhor, mas não estão agradando a outrem.
A sensação de cair da escada só não foi mais terrível que a sensação que tomou conta de mim quando acordei e lembrei o que tinha sonhado. Chamar aquilo de sonho é muita simpatia para tal monstruosidade. Foi pesadelo dos mais pesados. Daqueles que tu sente uma dor sem explicação quando acorda, porque parece que tudo que aconteceu foi real. Senti uma dor que sei que um dia vou sentir, mas espero que demore anos e anos, porque é uma coisa inconfundível e indecifravél de sentir e falar. Está na memória até agora e não sai.
Ver o desespero de pessoas as quais tu conhece tão bem e pensou nunca ver tal fato é assustador . Entristece bruscamente.
Eu que ontem fui a uma "orgia" tão bela, um luxo de amigos novos, não precisava ter sonhado com tamanha tristeza e angústia.
Dessa vez a saudade tomou conta por completo, a vontade de pegar um ônibus e ir correndo pra casa bateu com muita intensidade, a qual eu nunca tinha sentindo antes, nesses 10 meses. 10 meses...
Aquela história de valorizar as pessoas enquanto elas estão próximas da gente mais do que nunca está sendo uma filosofia de vida (uma das).
E a vontade de ver bem, quem está longe, é tremenda.
Pequeno post dedicado ao meu pai.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Daí quando ele sentou ao meu lado eu vi que o sonho era real.
Aquele dia choveu muito, uma chuva daquelas que te faz ter vontade de largar tudo e ir pra casa dormir e ver sessão da tarde. Mas forças externas me fizeram ficar lá um pouco mais. Aquela tarde foi bem agradável, a garota me disse que tinha que ir ao médico, pra tirar uma coisa de dentro dela e eu disse que médicos normais não tiram coisas de dentro dos outros assim, do nada.
Daí ela disse que não, que eu não conhecia o mundo além das minhas virtudes e verdades. Essa frase ficou ecoando nos meus ouvidos até a hora de pegar o ônibus, com chuva, e ver que minhas virtudes estavam muito erradas em relação ao mundo. Erradas não, equivocadas. Cada um com suas virtudes e convicções, e aquela garota estava desvirtuada do mundo.
Quando ele sentou ao meu lado eu vi que o sonho era real e tive a certeza de que minhas virtudes estavam certas.
A chuva só parou ao anoitecer.
Daí veio a névoa, santa névoa que deixa qualquer cidade com cara de qualquer cidade, menos ela mesma. Aquela luz que fica refletindo a chuva e fica refletindo teus sonhs, que agora são reais.
Daí eu fiquei pensando no que será que tinha acontecido com a coisa que a garota foi tirar de dentro dela, será que saiu ilesa?
É fácil tirar as coisas erradas de dentro da gente? Não é não. Se fosse eu, estaria meio vazia. Meio cheia talvez. Estaria mal no lugar dela.
Daí quando ele sentou ao meu lado eu senti uma vontade de ficar perto, de abraçar... Sabe essas vontades que dão na gente assim do nada?
E foi super estranho sentir isso novamente, é coisa boa de sentir.
Daí eu fiquei pensando na coisa que foi tirada do seu lugar.
Daí eu fiquei angustiada.
Daí eu recebi um telefonema que chorava um choro triste e arrependido.Era a garota que chorava ao telefone. Disse que a chuva por lá não tinha aparecido, mas que o dia dela tinha sido meio nebuloso. Que o médico tinha sido bem gentil, mas ele não era "doutor".Era aproveitador de garotas arrependidas S.A..
Daí ela disse que naquele momento corria um sangue quente dos seus pulsos. Era a vontade que estava até então contraída dentro dela.
(...)
O outro dia pra mim começou as 14h53min. A noite anterior tinha sido um tanto quanto estranha. A chuva já não caía e o sol começava a esquentar o quarto que ainda estava com as janelas fechadas. O café desceu rasgando e o pensamento se voltou novamente ao garoto que sentou ao meu lado na tarde anterior.
A garota já estava melhor, mas só por fora.
O garoto devia estar bem.
Eu estava exasperada com os fatos caóticos.
Essas coisas que são tiradas do seu lugar.
Essas vontades que batem, assim do nada...

segunda-feira, 4 de junho de 2007

olha...

O caderninho chegou aqui na quarta mas só hoje pude escrever.
Aqui está tudo lindo.


A faculdade está ótima, o sol está brilhando como nunca lá fora e os meus sonhos estão cada dia mais reais.


Conheci um garoto lindo que encanta tudo por onde passa, estou feliz por isso. Os amigos cada dia me apaixonando mais e mais e os cadernos ocupando meus dias.


A falta de pessoas já não é tanto problema pra mim, a falta de noção é. A falta de noção me deixa puta da cara, as pessoas não têm noção não? Não mesmo?


A garota que conheci também é linda, encanta muito.... mas não tanto quanto o garoto. As pessoa novas estão fazendo uma diferença que grita aos meus ouvidos. Aquelas pernadas estão valendo muito a pena.


As crianças na rua com fome continuam a me entristecer e isso me deixa desconfortável, porque eu estou com fome.


Já disse que não vou!!
Não vou me estressar com essa mesma faculdade que eu disse estar ótima, não vou achar que só o que me resta é estudar. Não vou.


Vou ficar alí, parada, esperando ele passar e fazer o que eu gosto que ele faça.Não vou ficar aqui parada esperando ele entrar.


De onde vem o jeito que esse rapaz consegue???
Mando não-mando?


O caderninho chegou e com ele trouxe saudade e lembranças de um verão um tanto inesquecível. De pessoas que estão longe longe e que têm saudade correndo na veia. O caderninho chegou e com ele troxe coisas que seriam melhor eu esquecer... pessoas que estão pesando o ambiente.


Some daqui!!!


A mediocridade das pessoas está me atemorizando. Ô coisinha mais amarga...



E pára de parar no corredor olhar e cochichar criatura. Ô dotô!!


O caderninho chegou aqui e eu só aqui. Cadê tu???
Tu!!
Venha..