quinta-feira, 7 de junho de 2007

Daí quando ele sentou ao meu lado eu vi que o sonho era real.
Aquele dia choveu muito, uma chuva daquelas que te faz ter vontade de largar tudo e ir pra casa dormir e ver sessão da tarde. Mas forças externas me fizeram ficar lá um pouco mais. Aquela tarde foi bem agradável, a garota me disse que tinha que ir ao médico, pra tirar uma coisa de dentro dela e eu disse que médicos normais não tiram coisas de dentro dos outros assim, do nada.
Daí ela disse que não, que eu não conhecia o mundo além das minhas virtudes e verdades. Essa frase ficou ecoando nos meus ouvidos até a hora de pegar o ônibus, com chuva, e ver que minhas virtudes estavam muito erradas em relação ao mundo. Erradas não, equivocadas. Cada um com suas virtudes e convicções, e aquela garota estava desvirtuada do mundo.
Quando ele sentou ao meu lado eu vi que o sonho era real e tive a certeza de que minhas virtudes estavam certas.
A chuva só parou ao anoitecer.
Daí veio a névoa, santa névoa que deixa qualquer cidade com cara de qualquer cidade, menos ela mesma. Aquela luz que fica refletindo a chuva e fica refletindo teus sonhs, que agora são reais.
Daí eu fiquei pensando no que será que tinha acontecido com a coisa que a garota foi tirar de dentro dela, será que saiu ilesa?
É fácil tirar as coisas erradas de dentro da gente? Não é não. Se fosse eu, estaria meio vazia. Meio cheia talvez. Estaria mal no lugar dela.
Daí quando ele sentou ao meu lado eu senti uma vontade de ficar perto, de abraçar... Sabe essas vontades que dão na gente assim do nada?
E foi super estranho sentir isso novamente, é coisa boa de sentir.
Daí eu fiquei pensando na coisa que foi tirada do seu lugar.
Daí eu fiquei angustiada.
Daí eu recebi um telefonema que chorava um choro triste e arrependido.Era a garota que chorava ao telefone. Disse que a chuva por lá não tinha aparecido, mas que o dia dela tinha sido meio nebuloso. Que o médico tinha sido bem gentil, mas ele não era "doutor".Era aproveitador de garotas arrependidas S.A..
Daí ela disse que naquele momento corria um sangue quente dos seus pulsos. Era a vontade que estava até então contraída dentro dela.
(...)
O outro dia pra mim começou as 14h53min. A noite anterior tinha sido um tanto quanto estranha. A chuva já não caía e o sol começava a esquentar o quarto que ainda estava com as janelas fechadas. O café desceu rasgando e o pensamento se voltou novamente ao garoto que sentou ao meu lado na tarde anterior.
A garota já estava melhor, mas só por fora.
O garoto devia estar bem.
Eu estava exasperada com os fatos caóticos.
Essas coisas que são tiradas do seu lugar.
Essas vontades que batem, assim do nada...

2 comentários:

Diana Pinto disse...

"Essas vontades que batem do nada". Nem sei o que comentar, todos têm isso, sei lá. é bizarro, quem me dera se todas as vontades que batessem do nada acontecessem...

ai ai, aquela vontade de abraçar... hum, coisa boa isso, como é bom abraçar e sentir a energia passsar...

abraços pra ti amoreee...te amoo!!

Unknown disse...

Nooossa....faz tempo q naum venho aki!


Adorei os textos topetuda!

Te amoooooooo!


=*