quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Saudade da havaianas lilás

Férias são para isso: parar o tempo e rever lembranças que já estavam enfiadas na gaveta, mofando. Daí que as coisas que eu via antigamente pararam no tempo, ficaram lá atrás. Mas ainda tenho saudade dos contos.

"Mya era o que o braço mostrava: uma lâmpada cheia de ideias, ainda mais quando ficava ouvindo Nara Leão embaixo do lençol. Parecia que tudo mudava, que a lâmpada acendia. Nunca se conformou com seu cabelo quase branco e com uma altura que negava escadas, era esguia.
A calefação europeia fazia com que ela se esquentasse apenas com um lençol bordado há muitos anos a pedido de sua mãe. Eram os anos 90 e ouvia Nara em um walkman. Mas nada superava sua loucura por amar demais.
Mya era chamada de louca pois no seu último romance tinha invadido a casa do cara com uma cópia da chave original. E o pegou na cama... Sem mais.
Na situação nem Nara pode ajudá-la. Resolveu esconder a lâmpada tatuada que não servia mais e já que não lhe dava ideias, a lâmpada queimou.
Há muito compunha uma música, uns versos, sei lá. Mya tinha uma caidinha pelo o desabamento e isso lhe deu letras que derramavam lágrimas.
Porém, toda a fonte seca. Se tem início tem fim."


Continua (rá?)


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